Se eu pudesse viver minha vida novamente

A maioria de nós só para pra pensar na vida quando ela chega ao fim. Quando as cortinas da existência estão prestes a se fechar inúmeras pessoas se assentam para lamentar. Lamentar o amor não vivido, a oportunidade perdida, o momento não vivenciado e o tempo desperdiçado. 

Se tivéssemos o poder de voltar ao passado para viver nossa vida novamente, é bem provável que a viveríamos de um modo bem diferente. Rubem Alves, num livro que leva o título acima, inicia sua obra dizendo: “se eu pudesse viver minha vida novamente, correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

 Iria mais a lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários. Se voltasse a viver, viajaria mais leve...”. Recordo de um livro do grande evangelista Billy Graham, onde ele afirmou que se pudesse viver o seu ministério novamente pregaria menos e ficaria mais em casa com sua esposa e filhos.

Uma reflexão da vida deveria fazer parte de toda peregrinação. Ninguém deveria passar pela vida sem refletir sobre ela. O grande filósofo Sócrates já dizia que “uma vida sem análise não merece ser vivida”. No entanto, a humanidade caminha numa jornada completamente desprovida de significado. A mídia colabora para a alienação da sociedade. O entretenimento e as propagandas vendem um modo de viver atraente, mas vazio. Dentro da Igreja o cenário não é mais animador. Inúmeras pessoas se reúnem domingo após domingo e o coração permanece o mesmo. Os sonhos de status e ascensão profissional também são os maiores anseios dos filhos de Deus. A trágica notícia é que quando se chega ao fim da caminha, percebe-se que tudo não passou de futilidades. Depara-se com a triste realidade que a vida foi gasta correndo atrás do vento.

Diante do exposto, devemos contabilizar nossa vida antes que chegue o crepúsculo. Precisamos fazer da oração do salmista a nossa oração: “ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio”(Sl 90:12). A vida é curta demais para desperdiça-la. Por isso devemos vivê-la com sabedoria e sobriedade. Devemos gastar nossa vida em questões cujos valores são eternos. Viver intensamente para a glória de Deus e avanço do seu Reino. Priorizar momentos com nossa família. Valorizar nosso cônjuge e cultivar mais momentos com os filhos. Portanto, não espere sua vida chegar ao fim para lamentar decisões equivocadas. Coloque sua vida na balança, pondere sobre suas escolhas e decida viver uma vida cujo legado ultrapasse sua geração. Spurgeon dizia que no céu haverá um único arrependimento – não ter doado mais da vida para Deus! Muitos quando chegarem ao céu dirão: “eu deveria ter vivido uma vida melhor para meu Senhor. Deveria ter me doado mais e vivido uma vida mais dedicada à sua obra!”. Então, não desperdice sua vida. Viva para a glória de Deus!

Rev. Daniel Sampaio Mota